Contando sua História com: - Eduarda Oliveira

Sou Eduarda Oliveira 25 anos casada e mamãe. Uma pessoa super sincera e que odeia falsidade! Adoro música, filmes, séries. Sou muito sorridente e alegre, as vezes chatinha (rsrsrs...) Gosto de viver a vida, sonhar,  estar com pessoas que amo, dou muito valor as amizades feitas sobre rodas, pois as anteriores me deixaram de lado depois que fiquei paraplégica. amo animais e a natureza!


Dia 19/11/2012, um dia que teria tudo para ser como os outros dias... um simples passeio de casal acabou de uma forma triste “em partes”.
Uma pessoa alcoolizada atravessou meu caminho e deixou sequelas que podem durar para a vida toda. Com o impacto do carro contra a moto em que eu me encontrava como garupa, fui arremessada ao solo tendo como consequência uma lesão na medula nível T11-T12. Assim que tomei ciência do que havia acontecido, pude perceber também que não podia mover e sentir as pernas. No fundo eu já sabia o que havia acontecido, e já sabia também que minha companhia daquele dia em diante seria uma cadeira de rodas. Se eu disser que quando recebi a confirmação da minha paraplegia eu não fiquei triste estarei mentindo, mas só em poder está viva e com condições de cuidar do meu filho Pedro e vê-lo crescer já me deixa satisfeita demais. Perdi as funções de minhas pernas, mas nunca perdi a vontade de tocar minha vida, formar, casar, ver meu filho crescer, ter mais filhos, aliás, não perdi as funções das pernas, apenas consegui uma amiga que me leva pra todos os lugares e que acabou virando parte de mim substituindo minhas pernas.

Me acostumar com essa nova condição foi muito difícil, mas com o apoio de minha família maravilhosa, dos amigos, do namorado e outros que cercavam, fui procurando formas de superar e superei. 
Mais ou menos uns 8 meses depois do meu acidente, tive a oportunidade de ir até Brasília no Sarah para ficar 30 dias e me reabilitar. Foi uma experiência maravilhosa, me ajudou muito, antes de ir para o Sarah eu não saia da cama, eu nem se quer fazia meu cateterismo sozinha, hoje graças a deus faço isso e muito mais!

Hoje com quase 4 anos de lesão, levo a vida de forma mais tranquila, lógico que com as limitações que todo deficiente físico tem. Mas apesar de tudo, continuo com a mesma vontade de crescer na vida e ser alguém. 
Sou mãe do Pedro que hoje tem 8 aninhos, me ajuda muito, me casei com meu namorado (o mesmo que estava comigo no dia do acidente) que sempre esteve presente e nunca nem se quer pensou em abandonar o barco. Deixei a zootecnia que fazia na época e hoje estou no 6º período de Direito, planejo ter mais filhos. Participo sempre das palestras de educação no trânsito passando minha história para adultos e crianças. Participo de projetos de inclusão social, mostrando que apesar de estar numa cadeira não estamos mortos e temos nosso direito de ir e vir como qualquer outro cidadão andante.

Em que momento você percebeu que precisava se superar e viver da melhor maneira possível?
desde o primeiro momento. quando caí ao solo, já sabia da gravidade do meu caso, eu fui a única a manter o controle totalmente e antes mesmo de sair do hospital já planejava e calculava tudo para minha nova vida aqui fora.

Onde você encontrou forças para recomeçar?
no meu filho principalmente e na minha família. Eles me mostraram ser a razão de tudo e me mostraram a importância deles em minha vida. sem eles não seria nada. tenho a melhor família do mundo!

Sabemos que o preconceito é uma infeliz realidade! já sofreu preconceito? como se sentiu?
sofro quase todos os dias. a sensação é péssima, o olhar de indiferença das pessoas na rua, no shopping é o que mais me machuca. Me recuso a acreditar que vivemos em mundo atrasado até hoje!
Quais as melhores e piores lembranças que você tem do que já passou?
a pior é que antes eu andava, antes eu tinha condições de dar uma qualidade diferente ao meu filho e hoje tenho várias limitações. As melhores são os “tombos” do aprendizado, são as situações engraçadas e desastradas do começo da vida sobre rodas, depois que passa a gente ri demais.

Como é sua rotina diária?
sou super caseira durante a semana. cuido da minha casa, filho, marido, animais. no período da noite faço minha faculdade.

Quais suas limitações físicas hoje? e como você analisa a acessibilidade por onde você passa?
hoje não tenho movimento e sensibilidade nas pernas, por isso faço uso de cadeira. acessibilidade? qual? acho que essa palavrinha ainda não é muito conhecida em nosso país não é mesmo? se é conhecida é muito mal interpretada, num país onde o “solicite uma rampa” significa o atendente de uma loja pegar um caixote de feira pra você subir uma escada, essa palavra não se encaixa bem! resumindo: acessibilidade "zero" em todos os lugares que vou.


Na sua opinião quais as maiores dificuldades de um cadeirante e como você convive com isso?
sem dúvidas a falta de acessibilidade. a falta de humanismo das pessoas por não se preocuparem com nosso conforto e dignidade por onde passamos.

Quais seus sonhos e projetos para o futuro?
me formar, fazer outra faculdade, ter outro filho e ser feliz!

Como se sente hoje sendo uma pessoa “diferente” da maioria como você se vê?
não somos diferentes! estou apenas numa cadeira de rodas, isso não me torna diferente de ninguém.

Como é sua autoestima?
meio bipolar kkkkkkkk as vezes tá lá em cima, as vezes já caiu tanto que atravessou o chão e foi parar lá na china.


O que é ser feliz?
é poder agradecer todos os dias pela família linda que tenho, pelo filho saudável, pelo marido companheiro! É acordar com aquela vontade enorme de explorar o mundo, é poder agradecer pelo dia lindo que está fazendo lá fora! Ser feliz é poder viver um dia após o outro. É saber que deus me permitiu estar aqui vivendo tudo isso!

Como é ser esposa e mãe sobre rodas?
Bom, não é tão diferente! Na verdade, tem diferença sim, e a diferença é que o filho e o marido tem mais zelo na hora de cuidar da gente. Ou seja, há uma troca de cuidados e amor de igual para igual! Apesar, das limitações, tenho sensação de dever cumprido para com eles, me considero ótima mãe e mulher!


Deixe uma mensagem para os leitores do blog!


superação é possível, estou aqui contando a minha para vocês. Ela está dentro da mente e do coração, quando se faz uma coisa com muita vontade, o resultado é incrível. 


Rapidinhas
Defeito/qualidade? ansiosa – amo os animais
Eu deveria ser...  mais paciente
Palavra? amor
Verbo? amar
Musica? até o fim – engenheiros do hawaii
Deus? o criador
Amigos? essencial
Família? tudo
Amor? sempre
Saudade? dor
Cadeira de rodas? melhor amiga kkkkk
Superação? necessário
Tristeza? canta que passa
Alegria? alegria
Esporte? #preguicinha kk
Orgulho? de estar aqui
Vida Sentimental? maravilhosa
Feliz? muito






'Quando desistir for mais fácil, continue insistindo. O difícil costuma valer muito mais a pena'






'Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso da família'











"Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz"






Ficar parado não te leva a lugar algum. Portanto, mova-se, mesmo que lentamente. Manter a vida em constante movimento é fundamental...

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5 Comentarios

  1. Eduarda eu lembro de ver sua história no jornal, fico muito feliz em ver a sua garra você não desistiu foi a luta,parabéns você é uma guerreira que Deus continue abençoando você e sua familia.

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  2. Bom dia!! necessito do contato de email do blog cadeirantes que vencem. Alguém por gentileza pode me informar, pois não encontrei no blog.

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  3. Obrigada, muita gentileza sua.

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